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5 de set. de 2008

Avaliando TRUCO! parte 1

Yo!

Como prometido, eu pretendo a partir dessa postagem, iniciar uma série comentando, página a página, quadro a quadro, sequência a sequência, o funcionamento (ou não) de uma historia minha. No final, eu tive uma idéia: vou também comentar o roteiro como um todo, como e por que ele funciona (ou não).

Pra comecar, escolhi a história mais curta e simples (as outras que eu pretendo comentar tem 45 páginas cada). TRUCO! foi publicada na edição numero 13 da Neo Tokyo, como parte da seção Manga Zone, que prometia publicar mangas na revista. O formato, que incluia duas páginas de história em uma da revista, dificulta muito o trabalho. Porém, como a sequência de abertura e fechamento foi mantida, não se perdeu muito quanto a narrativa.

O maior problema desse formato estranho, feito pra economizar espaço mesmo, é o movimento de abrir e fechar as páginas e a visão que você tem. Mais pra frente explico isso.

Situando a história: Daniel marca um compromisso com a namorada, mas ainda assim, participa de um campeonato de Truco. Ele precisa blefar bem, no jogo e na vida.

Pag1

Finalmente, indo ao assunto, temos nessa primeira página toda a introdução da história. No geral, a introdução precisa ser feita em até quatro paginas. Eh o que se entende como a tolerância do leitor pra entender o que esperar da história. Em TRUCO! eu tinha um número muito restrito de páginas, por isso, precisei enxugar a história toda, inclusive a introdução para apenas uma página.

Minha idéia era: explicar a situação (o compromisso entre a namorada e Daniel), o status do personagem-guia, Daniel (que cursa direito, e quem confia em advogados?) e fechando com o primeiro conflito, que é a última cena, que mostra que Daniel tem outros planos.

Pag1 A primeira cena é um plano geral, mostrando um prédio residencial. É um quadro pra situar a ação, mostrando onde está acontecendo a cena. Tenho um pouco de vergonha ao ver esse quadro, por que a falta de tempo me fez desenhar um prédio bem feinho e mal feito, com problemas de perspectiva. Isso aconteceu por que eu fiz o rascunho todo a mão, sem réguas ou guias.

Usando a visão do prédio como guia da visão, seguimos para o quadro seguinte. Mais preguiça (a estante está metade vazia, o cenário é praticamente só retículas e linhas de régua) e dois personagens mal desenhados, apresentando Daniel e sua namorada, sem nome, já que sua atuação também não vai ser tão grande.

Pag1 Como história, o segundo quadro é importante, por isso ele precisava ficar nessa posição, no canto superior. O leitor tem o costume de dar mais atenção aos quadros que ficam mais próximos do canto da revista. Se a página ficar à direita, os quadros da direita. Se a página for da esquerda, os quadros da esquerda.

Pulando para os dois quadros do canto, mais vergonha. A sequência do quadro dois pro três está boa, os personagens recebem só um zoom, sem erros de posicionamento. Depois, temos um zoom out preguiçoso. Afastei beeeem a cena pra desenhar pouco e ainda assim, errei perspectiva e tudo.

Pag1 A idéia desse quarto quadro era apenas mostrar a mão de Daniel pegando alguma coisa na mesa. Tanto que no nemu (o rascunho da história) eu nem fiz fundo. Mas na hora, eu achei confuso fazer só isso. Teria sido mais feliz se não tivesse tido essa idéia. A mão de Daniel, em união com o rosto dele no quadro acima, encaminhariam perfeito para o quadro seguinte, usando a referência visual para a transferência.

Pag1O quadro seguinte, mostrando Daniel com um baralho (um ás de paus, detalhe importante, guardem na cabeca). Ele fala: Sorte? Eu não preciso disso!

Essa é a primeira referência a um conflito na história. Ele podia simplesmente ir à faculdade, fazer a prova e ir de encontro com a namorada. Mas assim, não teríamos uma história, teríamos só um dia normal na vida de Daniel. A trama começa aqui, e nós temos isso bem claro, quando percebemos que Daniel tem outras intenções. Por isso, é o maior quadro da pagina, além de ser o quadro de fechamento, que é o quadro que fica no final da segunda página, antes de virarmos a folha. Ele vai ter que ser sempre, sempre um quadro importante e com algum gancho, por que é ele que convida o leitor a virar a página.

O ângulo e a posição dos balões foram escolhidos para jogar a visão pra baixo. Isso corta a cena, mostra que é o final da cena sem precisar de um fade como poderiamos fazer no cinema. Isso é quadrinhos, isso é Tezuka, na verdade. Você não sente como se a cena estivesse sendo realmente cortada?

_________________________________________________________________

Pois bem. Esse foi o primeiro de uma série que ainda vai longe. Serviu pra atiçar a curiosidade? Bom, talvez ainda não tenha tantos erros que eu mesmo perceba, porque é uma história recente e que eu já tinha noção do que fazer. Acho que vai ser mais interessante quando eu pegar histórias mais antigas, onde eu ainda errei muito e fazia as páginas apenas por gosto.

Imagina se eu pegar meu primeiro fanzine, de quando eu tinha quinze anos... Putz! (^___^)

1 de set. de 2008

Direcao numa pagina de quadrinhos

Mais pra frente, eu pretendo usar esse espaco pra analisar meus trabalhos antigos, destrinchando quadro a quadro, pagina a pagina, sequencia por sequencia. Alem de um exercicio pessoal, acho que tambem eh interessante pra quem estiver lendo esse blog.

Por que os meus proprios trabalhos? Talvez porque eu nao tenha a pretensao, nesse momento, de ser critico ao trabalho alheio. Talvez no futuro. E tambem por que eu nao sou do tipo de passar a mao na cabeca, nem na minha propria cabeca. Meu material eh o que eu mais gosto de rever e encontrar erros e acertos.

Isso que pretendo fazer eh exatamente no que iria culminar as aulas de roteiro na Neo Tokyo. Eu iria comentar tudo sobre tecnicas e depois, usando meu proprio material, eu iria abrir o codigo fonte, ia mostrar como eh feito e o que eh pensado na hora de criar uma historia dentro da minha cabeca.

Na verdade, ia ser uma grande chupinhacao de uma edicao especial da Comickers, onde autores profissionais comentava, pagina a pagina, os seus mangas. E de uma outra, onde um profissional avaliava os fanzines, ateh refazendo as paginas com os erros arrumados, dando exemplo de como ficaria melhor.

Sabe, se depois disso, voce pegar qualquer material por ai, voce verah com outros olhos. Verdade. Eu nao imaginava isso, mas serviu pra me dar um chute em direcao a realidade. Uma pagina eh muito mais que um monte de desenhos em sequencia e cada pagina precisa ser avaliada separadamente e depois, em sequencia.

Uma coisa que esse tipo de avaliacao me fez ver eh a simplicidade de pensamento que envolve a producao americana. Quando uma pagina nao eh confusa, com quadros sangrados, abertos, mal posicionados, baloes fora de ordem, sao simplesmente quadrados.

O confuso todo mundo jah sabe, mas o quadrado... O que eh? Bem, eu indicaria as paginas de amostra de Guerra Civil, da Marvel. O McNiven eh incrivel, adoro a arte dele, mas ele decidiu seguir uma narrativa sem erro. Ele eh cinematico. Usa quadros horizontais que tomam completamente a pagina, simetricos, fechados e sequenciais. Eh como se fosse um story board de filme. Nao eh errado, muito pelo contrario, mas tira muito ritmo. Falta destruir um pouco as paginas em momentos importantes, tirar a cinematica. Fazer quadrinhos, nao cinema. O Millar ainda completa isso, porque ele tambem eh um autor que pensa como cinema.

Eh uma licao de como nao errar. Bleach tambem usa muito isso, pra citar manga. Talvez seja chatice, exigencia demais, mas eh tao melhor uma pagina ousada com algum pequeno erro do que uma pagina certinha...

Pra nao desmerecer totalmente, numa historia atual do Wolverine, parece que a mesma dupla Millar/McNiven tao fazendo uma coisa bem diferente. Vi uma pagina onde mostra o Wolverine caindo numa pagina e na seguinte, ele muda os quadros pra quadros verticais completos, que acentuam a velocidade da queda e a impressao de movimento. E o pior eh que voce percebe que foi feito tudo planejadinho, nao eh por que eh bonitinho fazer isso, a posicao dos personagens, dos baloes, a movimentacao que ele faz sua visao seguir...
Bem... Acabei criticando o trabalho dos outros! Tah bom, eh mais ou menos isso que eu pretendo fazer mais pra frente, mas com o meu trabalho. Deu pra aticar a curiosidade?

31 de ago. de 2008

Filmes, download e inercia.

Yo!

Agora, eu pretendo escrever mesmo.

 

Depois do primeiro post, tudo o que vier nao tem mais nenhuma regra. Nao preciso falar de motivacoes, e isso eh otimo!

Vou aproveitar pra falar sobre roteiros. Eh provavelmente o assunto que eu mais estudo ultimamente (junto de fotografia, outra nova paixao). Mas o ruim disso eh que eh praticamente impossivel encontrar alguem com quem conversar decentemente sobre o assunto.

Nao me levem a mal. Nao eh que eu ache que nao existem outras pessoas com conhecimento do assunto e que estejam disponiveis pra bater um papo. Mas que simplesmente, mesmo entre os mais afixionados, as pessoas veem roteiros de outras formas.

Claro, nao existe um certo e errado, quer dizer, dentro do limite do bom senso. Mas conversar de roteiro e ter que explicar quem eh Syd Field ou explicar como eu entendo a metodologia de cada historia pra poder comecar uma conversa... simplesmente me deixa menos motivado.

Por exemplo, nivelando por baixo. Com o advento dos downloads super-rapidos, cresceu imensamente o numero de piratas virtuais. E assim, cresceu exponencialmente o numero de pessoas que assistem todos os filmes que saem por ai. Porem, repararam que muita gente fica na inercia? Assistindo por assistir, baixou por baixar, soh pra passar o tempo?

Entao, num papo com um leigo qualquer, alguem como eu descrevi acima, o que voce costuma ter?

-Veio, voce viu aquele filme... Aquele da Angelina Jolie... Gostei, eh bem violento, tem umas coisas forcadas, mas ainda assim eh muito legal. Baixa lah!

Bem, eu tenho assistido pouquissimos filmes. Falta de paciencia, de tempo, vontade, sei lah. O ultimo filme que eu assisti foi Big Fish. Melhor, foi Gake no Ue no Ponyo, no cinema, depois de sei lah quanto tempo da ultima vez que eu fui. Acho que foi ateh na epoca do Howl no Ugoku Shiro, tambem do Miyazaki.

Voltando, como voce vai fazer esse papo evoluir? Bem violento, forcado... Provavelmente, se voce falar que o original eh quadrinho, do Mark Millar, que ele tem uma bibliografia de materiais do mesmo gabarito, jah deixa os leigos pra tras. Imagina se voce for entrar em detalhes do roteiro? E da direcao?

-Po, mas e o desenvolvimento do personagem? Quantas reviravoltas ele usou? O climax empolga? Qual o papel dos coadjuvantes? Em que ato ele dah mais enfase? Qual o nivel das construcoes de dialogos? Como estah o ritmo? O tempo? A interpretacao dos atores, o controle das cenas, a fotografia?

-Ah, tah massa, baixa lah, acho que voce vai gostar.

Ok. Mas eu espero pra ver Wanted o dia em que eu tiver tempo. Provavelmente, jah poderei alugar, provavelmente nem vai mais estar na prateleira de lancamentos.

Realmente, onde foram parar os papos empolgados? Antigamente, mesmo entre leigos, voce tinha papos muito mais trabalhados. Sempre tinha algum imitando alguma frase de efeito, alguma pose, alguma piada. A cada filme que voce via, voce mergulhava. Serao os filmes que estao mais fracos? Nem tanto.

Acho que agora que a maior parte do pessoal estah mais ocupada baixando e assistindo mais e mais, esqueceu-se o tempo de degustacao, os minutos ou horas em que voce fica pensando no filme depois. As pessoas assistem os filmes como se catalogassem. Soh se lembram de coisas basicas. Violento, Angelina Jolie, meio forcado... ok.

Vou dizer... Como escritor, por pretensao, eu costumo pensar bem no que o filme pode ser e no que ele pode me dar. Claro, ler sinopses bestas, como por exemplo "Num mundo futurista, um jovem precisa lutar para sobreviver...", isso nem dha vontade! Quando a base de uma historia estah em seu cenario, tem algo de muito errado.

Vejo muito isso em descricoes de "novas historias" de fanzineiros. Em geral, falam... -To escrevendo uma historia, ela tem um moleque chamado Tanaka, que eh o ultimo guerreiro de um mundo magico. Ah, e ele eh um shinigami (tah na moda) e tem que enfrentar uns monstros...

Qual o erro nisso? Ao ler, eu soh vejo um monte de ideias dispersas. Esse eh o erro. Qual a direcao do roteiro? O que vai ser o guia da historia? O que voce pretende usar pra puxar o leitor?

Como exemplo contrario, eu dou a historia do Carlos Sneak Guardian. Quando nos conhecemos, no periodo em que estive em Sao Paulo, o Carlos apresentou sua historia, Giant Slayer. Sinceramente, se ele soh tivesse dado o cenario, eu teria achado qualquer coisa. O importante na descricao que o Carlos deu foi indicar um caminho pra historia. Reegam, o protagonista, tinha uma motivacao, tinha uma missao, era alguem e todo leitor saberia facilmente o que esperar de suas historias. Ele eh um cacador de gigantes halfling. Praticamente um anao contra gigantes. Ele tem suas fraquezas obvias. Mas tambem tem suas chances de reviravoltas. Sua breve descricao jah enche a mente de ideias pra historias. Entao, o Carlos nao precisou dar nenhuma historia. Nem precisou entrar em detalhes sobre o cenario. Simplesmente, jah tinhamos tudo que precisavamos saber!

Eh a possibilidades de historias que atrai um leitor. E a possibilidade de historia soh acontece quando temos um personagem central, um guia da historia. O cenario eh o de menos, uma boa historia funciona em praticamente qualquer cenario.

Essa eh do Tezuka, deus do manga. Ele era considerado o deus do manga por causa de sua criatividade e sua capacidade de criar historias. Claro, ele era sobre-humano nesse quesito, mas mesmo ele tinha limites. Entao, de onde saiam ideias para mais de cinco historias simultaneas?

Ele reciclava. Por exemplo, pegue uma historia do Atom (o Astroboy, no ocidente) e troque o cenario e o personagem, por, por exemplo, Kimba, o leao branco. Sao cenarios diferentes, personagens diferentes, na MESMA IDEIA. Eh claro que a historia vai mudar. Kimba e Atom sao personagens diferentes, seus coadjuvantes sao outros, seu cenario muda, suas decisoes mudam.

Tezuka dizia que podia criar mais de quinhentas historias a partir de uma unica ideia. E ninguem duvidava, ele eh um dos autores que mais produziu no Japao e provavelmente o que mais produziu em menos tempo. Afinal, nao eh todo mundo que mantem cinco titulos simultaneos.

Bem, o assunto saiu pela tangente, mudei um pouco, mas... Eh bem esse o espirito, nao tenho assunto certo, vou tagarelando!

Mas na proxima eu tomo um pouco de cuidado (deve ser a hora, nao dormi nada)

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