Yo!
Retomando a avaliação da minha história... Desculpem o longo hiato, agora, vou terminar!
Nessas páginas, temos o ponto alto da história. O climax. Em japonês, yama (montanha, porque eles vêem a história como uma linha serpenteando. O climax é o ponto onde a linha sobe mais alto.).
Começamos com um quadro duplo, posicionando os dois rivais, Igor e Daniel, cada um com sua última carta, transpostas na passagem de quadro, linkando. Lembrando quem esqueceu (não culpo ninguém), o status dos personagens na história foi derrubado, com Daniel colocando a dúvida nos seus rivais. Agora, Igor tenta ler Daniel, perceber alguma fraqueza.
O terceiro quadro é cheio de falas em off, comentários do público que ajuda o leitor a entender a posição dos personagens e a situação dentro do jogo. Os três personagens formam um triângulo, com Daniel na ponta, voltado no sentido contrário dos outros, ficando como ponto de destaque. Todos olham pra ele.
O quadro seguinte mantém apenas Igor e Daniel, o fundo é trocado por uma retícula que apenas indica o caminho do olhar. Nesse tipo de passagem, é importante não trocar a posição dos personagens. Isso atrasa o ritmo, confunde o leitor. Reparem que mesmo nos dois primeiros quadros, Igor está a esquerda e Daniel a direita.
Os três quadros seguintes são quadros representando a visão de Igor. Ele olha atentamente aos detalhes. O olho de Daniel, sua mão, e o momento em que ele engole seco, por apenas um instante. À essa hora, nós já esquecemos, mas… Ele tinha um compromisso! Daniel está olhando o relógio, e engole seco porque já está atrasado.
Os quadros nessa sequência não se ligam. Não existe nenhum fator linkando-os para atrasar a leitura, e os quadros são escuros com essa mesma intenção. Isso tudo pra passar a tensão do momento em que Igor avalia Daniel.
O último quadro é um quadro quase silencioso, lento, com Igor aumentando a aposta e virando a mesa do status quo dos personagens de novo.
Na página seguinte, Daniel se surpreende. Igor aceitou seu desafio. O quadro seguinte exagera de novo, com Daniel suando bastante.
Essa sequência seguinte, em quatro quadros é uma cena que eu gosto de fazer e já usei em outras historias de outras formas. A câmera parece girar. Primeiro, pega Daniel de frente, depois de lado e então, de costas, subindo um pouco. Depois, um zoom destacando sua mâo e a carta na mesa. Acabou... É o fim, Daniel perdeu, no último quadro a direita, antes do leitor virar a página.
Pronto! O próximo é o último!
Narrativa eficiente pra cacete. Continuo acompanhando.:)
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