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14 de out. de 2008

Quem sou eu

Yo!

Quem vive na internet a um bom tempo, jah estah acostumado com os varios questionarios. A cada conta que voce vai fazer, cada profile que voce vai criar, lah se vao alguns minutos preenchendo questionarios.

No orkut, entao...

Eu me vejo varias vezes atualizando o orkut, principalmente quando eu estou sem muito o que fazer, ou quando eu tenho alguma grande mudanca de humor. Eu tenho essa mania, gosto de mexer nas coisas quando eu estou passando por alguma mudanca. Mexi muito no meu quarto por isso.

Bem, mas o assunto eh... A pergunta principal de todo perfil no orkut. Quem sou eu.

Cada um responde ao seu jeito e eu sempre deixei um textinho bem pessoal. As vezes, uma letra de musica bacana... Ateh que um dia, eu parei pra pensar bem. Quem sou eu?

Responder essa pergunta de forma descompromissada eh o mais normal, mas as vezes, eh bom dar uma caprichada. E eu decidi que quem eu sou, apesar de ser muito mais complexo que isso, eh um escritor.

Nao, nao sou profissional. Mas o que eu sou eh um escritor por natureza, escrevo naturalmente, por gosto. Poderia ficar o dia todo enchendo esse blog. E enchendo o saco pelas comunidades do orkut e foruns.

Entao... Eu decidi mostrar isso de forma bem clara. Escrevendo.

Minha ideia era uma narrativa. Ir ao poetico seria comum, e alem do mais, meu terreno eh mesmo o da narrativa. Entao, pensei numa historia que tivesse a ver com o tema. Buscando a resposta a aquela pergunta, eu pensei: Eh um misterio!

Por isso, cai no velho cliche do detetive num cenario classico, naquele submundo de nevoas e sobretudos. E sua missao eh descobrir... Quem sou eu! (^______^)

Fiz dois capitulos ateh agora, que segue na sequencia.

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O dia jah se foi e a noite jah comecou a algumas horas. Sentado atras de sua mesa, Sam se esparrama em sua cadeira, na mao esquerda, um copo de uisque, tres cubos de gelo mergulhados. Em sua boca, o cigarro queima aos poucos. Em seu escritorio, as unicas luzes sao as da cidade, que entram pelas frestas nas persianas e o do corredor, que atravessa o vidro da porta de entrada, onde podemos ler: Detetive Particular. Ao fundo, uma Julie London canta suave o seu jazz atravez de uma antiga vitrola.
Tomando um gole longo, Sam percebe o som seco de saltos batendo no assoalho de madeira velha do correador a fora. Uma silhueta para a frente de sua porta. Uma silhueta comum a Sam. A de uma mulher.
Tres batidas calmas, quase em ritmo com a musica. Ela entra em seu escritorio, um vestido bem chamativo, quase todo escondido por baixo de um sobretudo. O perfume nao eh nada doce, mas ainda bem convidativo, com notas acres, acentuado pelo cheiro dos longos cabelos que se ondulam nas pontas que escorrem pelo seu corpo pequeno.
-Tenho um trabalho pra voce.
Sam nem ao menos esboca uma reacao. Ele a acompanha apenas com os olhos e soh a fumaca saindo de sua boca.
Enclinando-se aa mesa, a bela mulher tira de seu bolso uma foto e uma pequena corrente.
-Quero que voce encontre essa pessoa.
Finalmente largando o copo sob a mesa, Sam se aproxima de sua cliente, pegando a foto. O perfume dela danca no ar, enquanto London comeca a cantar Fly me to the Moon. Com a foto em sua mao, um pouco decepcionado, Sam pergunta: -Quem eh ele?
Virando de costas, o perfume acre se afasta aos poucos, com os saltos batendo no assoalho.
-Veja a inscricao nessa dog tag. Confio em seu trabalho, voce o encontrarah pra mim.
A porta de fecha e o som do salto se afasta cada vez mais. Sam olha a foto novamente, baforando sob ela. Ele a vira e percebe uma incricao no verso. Lendo calmamente, os olhos se cirram, ele pega a corrente e olha as placas.
-F-X, SAKUDA F S, BLOOD AB, 81 12 26. Carpe Dien...
Sam deixa o pingente sobre a mesa, em cima das contas a pagar. E olha novamente o recado escrito no verso da foto.
-Quem eh voce?
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Atravessando a cidade, Sam chega a uma rua deserta e mal iluminada. Nem dos predios se ouve algum som, nenhum carro em movimento. Os postes iluminam mal o concreto quebrado das calcadas. Mas Sam entra em um beco ainda mais escuro, onde apenas uma lampada quase queimada ilumina uma porta de ferro.
Ele bate na porta e uma pequena janela se abre. Somente os olhos avermelhados podem ser vistos.
-O que voce quer?
Sam apaga seu cigarro contra a parede. Com a cabeca baixa, ele olha para o porteiro. Soltando a ultima fumaca de seu cigarro, ele responde.
-Vim atras do que voces tem de melhor. Informacao.
Uma nota de dez passada pela janela muda o tom do porteiro.
-Isso eh um bar, nao um balcao de shopping. Toma alguma coisa, depois, voce pode perguntar o que quiser, desde que nao perturbe os outros clientes.
A porta pesada abre, apos o som de algumas travas e cadeados. Seguranca e discricao eh o tipo de servico que as pessoas que trabalham nesse ramo precisam. Sam nao espera tomar o melhor drinque de sua vida, nem que o lugar tenha as melhores garotas. A bebida eh barata, vendida por precos caros, as mulheres, nao. Essas nao valem nem o drinque.
-Preciso de informacoes sobre essa pessoa.
Um velho gordo com a barba por fazer e um olhar que diz o mal dia que teve leh atende no balcao.
-Voce precisa eh de uma vodka.
O copo amarelado recebe a bebida, que cheira exatamente como deve cheirar um drinque de terceira. Alcool e agua suja, descansadas em tonel de madeira barata. Bebida russa, feita em algum pais da America do Sul. Nem o cheiro de tracas e suor que permeia o ambiente consegue disfarcar.
-Espero que sua informacao seja melhor que suas bebidas...
Sam vira a vodka, esperando que isso funcione para nao sentir tanto o gosto da bebida, ou do copo mal lavado. Em vao. Ele acende mais um cigarro.
-Eu conheco esse rapaz. Mas o que um cara em sobretudo pode querer com ele?
-Eh trabalho. Eu nao questiono, soh faco o que precisa ser feito.
O barman tira o copo da mesa e fica pensativo por um instante. Sam percebe que estah mexendo em algo muito errado. Mas isso faz parte. Ele sempre executou o seu trabalho, mesmo quando ainda servia aa Forca Policial. E nunca, nunca teve um caso sem resolucao. Nao serah dessa vez que ele irah desistir.
-Eu nao entendo voces, homens de sobretudo. Nao sei o que voce eh, mas esse tipo de informacao, voce nao consegue num bar como esse. Sinto muito.
Porem, enquanto fala, o velho gordo escreve em um guardanapo.
-Paga a bebida e toma seu rumo. Esse nao eh o seu lugar.
-Quanto eh?
-Cento e nove. Pague com cento e dez.
Sam tira algumas notas amassadas de seu bolso.
-Seu troco. Agora, fora! Nao quero te ver aqui novamente! E... volte sempre!
Novamente na rua escura, Sam tira o troco do bolso. Andando em direcao a um poste, ele abre o guardanapo que estava entre a nota dobrada e le um endereco.
-Eh aqui? Eh aqui que voce estah?

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E voce? Quem eh voce?

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